A educação a distância no discurso da “democratização”

  • Raquel Goulart Barreto Doutora em Educação e professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Resumo

Este artigo corresponde a uma análise crítica dos modos pelos quais a EAD tem sido inscrita no atual discurso da “democratização”. Para tanto, a primeira seção traz uma abordagem introdutória à análise crítica de discurso, enfatizando seus pressupostos básicos e as escolhas representadas por procedimentos específicos. A segunda seção está concentrada na substância das formulações em questão, destacando os substantivos que as sustentam. Finalmente, a terceira seção trata das principais relações entre os substantivos, de modo a favorecer uma aproximação do determinismo e da substituição tecnológica em jogo.

Biografia do Autor

Raquel Goulart Barreto, Doutora em Educação e professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Graduada em Letras (Português-Inglês) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde também cursou Mestrado e Doutorado em Educação e atuou como professora de 1977 a 2002, data da sua aposentadoria. Atualmente é Professor Adjunto e Procientista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É pesquisadora da área de Educação, subárea de Política Educacional, com ênfase na incorporação das Tecnologias da Informação e da Comunicação à formação e ao trabalho docente, a partir do referencial teórico da Análise Crítica do Discurso. Tem se dedicado à análise dos modos pelos quais as referidas tecnologias têm sido representadas nas formulações acerca dos processos de ensinar-aprender, bem como em práticas pedagógicas concretas, historicamente dimensionadas. Líder do Grupo de Pesquisa Educação e Comunicação, em cuja página (http://www.educacaoecomunicacao.org) são encontradas informações complementares acerca de pesquisas e produções acadêmicas.

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Publicado
2011-08-30
Como Citar
BARRETO, R. A educação a distância no discurso da “democratização”. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 6, n. 13, p. 43-55, 30 ago. 2011.