Formação docente e Educação do Campo

  • Arlete Ramos dos Santos Universidade Estadual de Santa Cruz
  • Maria Antônia de Souza Universidade Tuiuti do Paraná - UTP

Resumo

Este artigo contextualiza aspectos políticos e históricos da Educação do Campo, tendo como eixo principal as políticas de formação docente. É traçado um paralelo entre a Educação do Campo, originada da luta dos movimentos sociais, a qual representa os propósitos dos camponeses; e a Educação Rural que protagoniza os interesses do agronegócio. A formação docente está voltada para a transformação ou para a conservação políticopedagógica? Observa-se que a conjuntura das políticas educacionais de formação de professores desde os anos de 1990 é influenciada pela opção político-ideológica do ideário neoliberal adotado pelo governo brasileiro, caracterizado pela hegemonia dos grupos dominantes, mas também, por uma intensa articulação dos sujeitos políticos e sociais de resistência à opressão imposta pelo sistema capitalista, que resultou em ações propositivas no campo das políticas públicas educacionais, às quais constituem direito social de todos e obrigação do Estado. Para o campo as políticas educacionais de formação inicial e continuada estão formalizadas na política nacional de formação de professores, e também, por meio de Decretos e Resoluções que regularizam o ensino nos espaços geográficos dos campesinos, observando aspectos identitários, curriculares e de formação, a exemplo do Decreto 7.352/2010. Apesar de tal formação estar legitimada oficialmente, demonstra-se neste texto resultados de pesquisas qualitativas sobre a formação docente na Bahia e no Paraná, cujos resultados demonstraram que mais de 70% destes profissionais não têm formação específica para atuar na Educação do Campo.

Biografia do Autor

Arlete Ramos dos Santos, Universidade Estadual de Santa Cruz

Programa de Pós Graduação – Mestrado em Formação de Professores para a Educação Básica (DCIE) da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC. Coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e Ciências Humanas – CEPECH; Coordenadora do Grupo de Estudos Movimentos Sociais, Diversidade Cultural e Educação (UESC); Membro da Coordenação Estadual (BA) do Pronera. Universidade Estadual de Santa Cruz.

Maria Antônia de Souza, Universidade Tuiuti do Paraná - UTP

Programa de Pós-Graduação – Mestrado e Doutorado em Educação. Coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Educação do Campo, Movimentos Sociais e Práticas da Pedagógicas (NUPECAMP), Líder do Grupo de Pesquisa no CNPq – Práticas Pedagógicas: Elementos Articuladores e Líder do Grupo de Pesquisa Movimentos Sociais, Educação do Campo e Práticas Pedagógicas. Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq, 1C. Universidade Tuiuti do Paraná e Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Publicado
2018-09-18
Como Citar
SANTOS, A.; SOUZA, M. Formação docente e Educação do Campo. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 11, n. Especial, p. 209-238, 18 set. 2018.