Dança Como Ferramenta Pedagógica Nas Aulas De Educação Física

  • Irene Behring Universidade Federal do Espírito Santo – UFES.
  • Robelius De Bortoli Universidade Federal de Sergipe – UFS

Resumo

As ações corporais humanas adquirem, ao longo do tempo, um cunho voluntário, a partir de elementos ou representações de sua cultura, sendo considerada uma manifestação de seus hábitos e costumes, dando expressividade lúdica e ritualística social, expressando significados e simbolizando a existência humana. Este ensaio busca descrever como a dança está presente na escola e especificamente na educação física, além de demonstrar sua potencialidade como ferramenta pedagógica. A dança seria trabalhada em prol da superação de uma cultura corporal voltada para os aspectos puramente técnicos. Apesar disso, a dança como manifestação própria, oriunda dos gostos e preferências dos alunos, encontra dificuldade de ser discutida pedagogicamente, materializando-se num discurso que a entende algumas vezes como perturbação da ordem, perigo e descontrole; como elemento de um universo simbólico diferente daquele da escola. Pensar a “dança do aluno” como possibilidade educativa traria, como perspectiva à Educação Física na escola, uma intenção com o trato das práticas configuradas/retiradas do universo de cultura corporal/movimento em constante redefinição de símbolos transmitidos e, por fim, sujeitos à nova interpretação, já que a cultura tem se apresentado como um fenômeno dentro de um mundo em movimento.

Biografia do Autor

Irene Behring, Universidade Federal do Espírito Santo – UFES.
Mestrado em Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Mestre em Educação Física pela UFES
Robelius De Bortoli, Universidade Federal de Sergipe – UFS
Laboratório de Pesquisa do Desenvolvimento Cognitivo Humano da Universidade Federal de Sergipe – UFS. Doutor em Ciências da Atividade Física pela UniLeon, Espanha.

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Como Citar
BEHRING, I.; BORTOLI, R. Dança Como Ferramenta Pedagógica Nas Aulas De Educação Física. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 8, n. 18, p. 107-122, 11.