Condutas Indesejadas na Escola: uma Análise Sociológica sobre a Criança com Diagnóstico de TDAH

  • Cristiana Roth de Moraes Lenzi Universidade Regional de Blumenau – FURB.
  • Rita de Cássia Marchi Universidade Regional de Blumenau – FURB.

Resumo

Este artigo decorre de pesquisa, com aporte teórico na Sociologia da Infância, que teve por objetivo geral compreender o que dizem pais e professores sobre a medicalização das crianças para o controle do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). A metodologia da pesquisa se caracteriza como qualitativa, descritiva e exploratória. Para a geração de dados foi utilizado análise de documentos técnicos (cartas de encaminhamento, laudos diagnósticos, receitas médicas) entrevistas semiestruturadas com  pais/responsáveis e professores de crianças com diagnóstico de TDAH e/ ou que fizessem uso de medicamento. O artigo apresenta apenas a análise das falas sobre o comportamento das crianças, tendo sido observado que, mesmo quando a queixa sobre a criança parte dos pais/responsáveis, o problema está relacionado ao comportamento da criança na escola, e que as queixas das professoras sobre a agitação e falta de atenção das crianças surgem já na educação infantil, denotando que essas não desempenham adequadamente seu “ofício de aluno”. Foi ainda possível perceber, nas falas das professoras, uma visão da infância como problema social e a ideia de uma “crise” relacionada à infância e à autoridade.


Palavras-chave: Escola. Medicalização da Educação. Sociologia da Infância.
TDAH.

Biografia do Autor

Cristiana Roth de Moraes Lenzi, Universidade Regional de Blumenau – FURB.
Possui graduação em Fisioterapia pela Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB (2002). Especialista em Fisioterapia Neurofuncional (2007), com formação no Conceito Bobath (2003), Integração Sensorial (2009) e Método de Fisioterapia Intensiva e Pediasuit (2011). Mestre em Educação - FURB (2016). Membro do Grupo de Pesquisa NEICA. Foi fisioterapeuta titular da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE de Blumenau e coordenadora da equipe de fisioterapia desta Entidade durante 6 anos. Atualmente é professora do curso de Fisioterapia da FURB e atua como fisioterapeuta em atendimento domiciliar de fisioterapia neurológica e estimulação precoce, presta consultorias, palestras, orientações e indicação de equipamentos.
Rita de Cássia Marchi, Universidade Regional de Blumenau – FURB.

Doutorado em Sociologia (UFSC/PARIS V - 2007), Pós-Doutorado em Sociologia da Infância (Universidade do Minho -2016), Mestrado em Antropologia Social (UFSC-1994), Graduação em Ciências Sociais (UFSC-1986). Professora da Universidade Regional de Blumenau (FURB), com atuação na Pós-Graduação (Mestrado em Educação) e na Graduação (Ciências Sociais). Tem experiência na área de Sociologia e Antropologia, com ênfase em Sociologia da Infância, Sociologia da Educação, Sociologia do Trabalho, Antropologia da Criança e Antropologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: infância contemporânea, infância pobre, bandos urbanos, trabalho infantil, relações trabalho e escola, educação escolar, crianças "de rua", gênero, economia solidária. Editora-Chefe da Revista Atos de Pesquisa em Educação (PPGE/FURB,SC) de set. 2012 a dez. 2015. Editora-chefe da Revista Atos de Pesquisa em Educação, de fevereiro 2017 - atual. Líder do Grupo de Pesquisa - Núcleo de Estudos Interdisciplinar da Criança e do Adolescente - NEICA.

Publicado
2017-12-15
Como Citar
LENZI, C.; MARCHI, R. Condutas Indesejadas na Escola: uma Análise Sociológica sobre a Criança com Diagnóstico de TDAH. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 12, n. 32, p. 101-130, 15 dez. 2017.