Para além dos números: Reflexões sobre sub-representatividade das mulheres nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática

Resumo

A escolaridade feminina no Brasil vem aumentando, especialmente no ensino superior, onde a participação feminina era de 40% em 1971, tendo atingido 56% em 2019. Apesar desse avanço, as mulheres permanecem sub-representadas nos cursos de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM). Diversos estudos exploram as associações e causas dessa disparidade entre homens e mulheres, incluindo estereótipos de gênero, expectativas sociais e a ausência de modelos femininos nessas áreas. O texto apresenta as explicações encontradas na literatura para esses diferenciais de gênero e discute a importância de se reduzir essas desigualdades, uma vez que as ocupações em CTEM tendem a oferecer cargos de maior prestígio e salários mais altos, sendo ainda fundamentais para o crescimento econômico. Além disso, equipes diversificadas demonstram maior eficiência, e a inclusão de mulheres pode impulsionar a inovação. Alguns números da representatividade feminina nos cursos de CTEM do Ensino Superior brasileiro revelam que embora haja uma tendência de aumento, há um longo caminho a percorrer. Entre outros destaques, o artigo mostra que a escassez de mulheres nesses campos perpetua um ciclo vicioso, desestimulando novas gerações a seguir carreiras em CTEM. Por fim, ressalta-se a necessidade de pesquisas que aprofundem a compreensão dos fatores que influenciam a escolha de carreira de mulheres nas CTEM e a importância de intervenções que promovam a equidade de gênero nessas áreas, visando não apenas a justiça social, mas também o desenvolvimento econômico do país.