Moralização e o Ensino de Filosofia

  • Samuel Mendonça Doutor, Programa de Pós-Graduação em Educação – PUC Campinas.
  • Artur José Renda Vitorino Doutor, Programa de Pós-Graduação em Educação – PUC Campinas.

Resumo

A política pública de ensino de filosofia que a partir da Lei nº 11.684, de 2 de junho de 2008, determinou a presença da filosofia nos currículos escolares do Ensino Médio, é o objeto do presente manuscrito. Se o ensino de filosofia passou a ser obrigatório recentemente, há muitos desafios e questões que envolvem diferentes perspectivas para filósofos e educadores, entretanto, um desafio específico parece nortear o trabalho do professor. É possível ensinar a filosofia sem que seu ensino seja moralizante? O principal objetivo deste texto é discutir este desafio para o professor no sentido de colocar em evidência os riscos do ensino dogmático de filosofia. É evidente que se a filosofia está prevista por determinação legal, então, talvez não seja possível escapar do dogmatismo de seu ensino. O ensino obrigatório, de forma tácita, parece ser moralizante, no entanto, é justamente esta a provocação que entendemos ser determinante para a autossuperação do professor. O método diz respeito a revisão da literatura. Parte-se de uma breve discussão sobre o conceito de verdade no ensino de filosofia. Em seguida, apresentam-se aspectos da experiência filosófica na rede pública do Estado de São Paulo dos anos 90. Como consequência, problematiza-se o principal desafio para o professor que diz respeito à questão da atitude filosófica, mesmo assim, veremos que não se trata de atribuição romântica do professor, mas, construção oriunda de resistência, de contradições, em última instância, de um ensino dogmático que tem o estudante como protagonista.

Publicado
2018-08-14
Como Citar
MENDONÇA, S.; VITORINO, A. Moralização e o Ensino de Filosofia. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 8, n. 19, p. 42 -58, 14 ago. 2018.