CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL

Editorial

Anita Helena Schlesener — 2025-11-18

Infancia campesina. La familia y la comunidad en la formación de identidad de los niños y niñas

María Isabel González-Terreros — 2025-11-25

Las infancias campesinas en Colombia continúan creciendo en medio del conflicto armado, el desplazamiento a las ciudades, el ideal de progreso capitalista, la pobreza y la falta de políticas que contribuyan a construir proyectos de vida arraigados al campo. En medio de ello, existen territorios en donde los campesinos mantienen prácticas socioculturales que buscan formar a los suyos en el arraigo a la tierra y a su territorio como es el caso de las comunidades campesinas de Inzá - Cauca (Colombia) en donde la comunidad se organizó en la lucha por los derechos y la cultura campesina lo que influye en la identidad de los niños y en general de los pobladores del municipio. De allí que las preguntas que guían el presente artículo están orientadas a analizar ¿qué hacen las familias rurales hoy para educar a sus hijos?, ¿Qué prácticas socioculturales se mantienen en la formación de los niños y niñas para que se identifiquen como campesinos? El abordar estas preguntas, contribuye a comprender las prácticas socioculturales que llevan a cabo las familias campesinas del sur del país para afianzar en sus niños y niñas la autoidentificación del ser campesino. Para ello, se hizo una investigación basada en la metodología etnográfica, desde la cual se realizó trabajo de campo con observaciones participantes y entrevistas. El análisis mostró que las familias campesinas educan a sus hijos desde la tradición de las prácticas agrícolas y la participación en la vida cotidiana de la comunidad.

A pedagogia da infância e o ensino na educação infantil

Luciana Pimentel Rhodes Gonçalves Soares — 2025-11-25

Temos como objetivo afirmar a importância do ensino na Educação Infantil frente à pedagogia da infância, que o tem negado nesta etapa da educação escolar sob a justificativa de considerar as especificidades das crianças pequenas. Resulta de pesquisa de doutorado em educação pautada na pedagogia histórico-crítica, que considera o trabalho pedagógico como um processo de mediação que deve se propor a elevar a compreensão dos alunos a respeito da realidade, desde a Educação Infantil, por meio da apropriação do conjunto das objetivações que estruturam a sociedade. Apresenta a pedagogia da infância, tributária do “aprender a aprender”, e problematiza seus limites haja vista a incompatibilidade entre suas proposições e a transmissão dos conhecimentos mais elaborados sistematizados historicamente às crianças pequenas. Demonstra as vinculações entre ensino e desenvolvimento humano como condição decisiva para que o trabalho pedagógico possa promover máximas possibilidades de apropriação pelas crianças do legado histórico-cultural. Conclui que é preciso perquirir as vinculações entre o processo de mediação que o trabalho pedagógico realiza, o desenvolvimento que se processa na infância e a fundamentação filosófico-dialética que apresenta a pedagogia histórico-crítica.

O neoliberalismo na educação: tendências na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

Raquel Franco Tassoni — 2025-11-25

Este artigo insere-se no campo das políticas públicas educacionais e objetivou o estudo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a qual advém de uma trajetória histórica de vários outros documentos norteadores curriculares brasileiros. O objetivo geral deste estudo consistiu em identificar e analisar possíveis similaridades da BNCC com elementos do ideário neoliberal para a educação. A partir da caracterização do ideário neoliberal e da identificação de suas interferências nas políticas educacionais da educação básica brasileira, foram analisados alguns tópicos da BNCC, os quais remetem às competências e compromissos da Base com a educação básica, a fim de identificar tendências com o ideário neoliberal. Esta investigação de abordagem qualitativa se caracteriza como pesquisa documental e bibliográfica, cujos documentos e textos selecionados foram organizados em eixos temáticos e categorias, conforme proposto pelo método de análise de conteúdo. A partir da elucidação das interferências do ideário neoliberal na Base Nacional Comum Curricular, esperamos que esta pesquisa ofereça subsídios para a ampliação de discussões e impulsionamento de ações em defesa da educação básica no atual cenário político nacional.

Plataformização da Educação Pública Paranaense nas gestões de Ratinho Jr.: entre o controle digital e a privatização escolar

Donizete Aparecido Fernandes — 2025-11-25

Este artigo tem como objetivo analisar as políticas educacionais implementadas na rede pública estadual do Paraná durante as gestões de Ratinho Jr. (2019-2022; 2023-2025), com ênfase na intensificação da lógica neoliberal. Parte-se da premissa de que tais políticas não podem ser compreendidas de forma isolada, mas sim no interior das transformações estruturais do mundo do trabalho, marcadas pela flexibilização, informalidade e desregulamentação, características centrais da reestruturação produtiva do capital em sua fase neoliberal. Um dos focos da análise recai sobre o processo de plataformização do ensino, que tem produzido formas crescentes de precarização do trabalho docente e aprofundado os mecanismos de controle e vigilância nas escolas públicas. Para sustentar a análise, adota-se como referencial teórico-metodológico a categoria de totalidade, com base na tradição marxista, o que permite a articulação crítica entre os múltiplos determinantes que estruturam os fenômenos sociais. A partir desse enquadramento, entende-se que as políticas educacionais em curso integram um projeto mais amplo de redefinição do papel do Estado e de desmonte de direitos sociais historicamente conquistados. O artigo também discute o papel estratégico das organizações sindicais frente a esse cenário, com especial atenção à atuação da APP-Sindicato. Nesse aspecto, retoma-se pela relevância que tem para a política que analisamos o Programa de Formação Político-Sindical e Educacional promovido entre 2007 e 2014. Defende-se, por fim, que a formação político-sindical é um instrumento indispensável para o fortalecimento da ação coletiva e da resistência organizada contra o avanço das políticas neoliberais na educação.

Níveis de estresse, ansiedade e depressão em estudantes secundaristas amapaenses

Marta Cecília da Silva Rocha — 2025-11-25

É crescente a preocupação com a saúde mental de adolescentes e jovens brasileiros. Na área de educação, sintomas de estresse, ansiedade e depressão são frequentemente relatados em pesquisas acadêmicas, as quais mostram que a questão da saúde mental de nossos alunos é grave e precisa ser tratada preventivamente. Neste artigo, buscou-se responder ao seguinte problema: “Os níveis de estresse, ansiedade e depressão dos estudantes da educação básica das escolas públicas do Amapá no ano de 2022 se correlacionam?”. Isso levou ao objetivo geral de estimar os níveis de estresse, ansiedade e depressão de alunos da rede pública estadual do Estado do Amapá, no ano de 2022, verificando associações com variáveis sociodemográficas. O aporte teórico teve como base pesquisadores como Acevedo-Supelano et al. (2019), Rufino et al. (2018) e literatura institucional, como a do Ministério da Saúde (2022). Quanto à metodologia, foi utilizada a escala DASS-21, instrumento internacional usado para medir os níveis de estresse, ansiedade e depressão, o qual foi digitalizado para o formato Google Forms e disponibilizado online para estudantes de todo o território do Amapá. Os resultados mostram uma prevalência de 27,8% de estresse de nível severo a extremamente severo, 46,9% de ansiedade de nível severo a extremamente severo e 47,2% de depressão de nível severo a extremamente severo, além de forte correlação positiva entre esses três domínios da escala. Como conclusão, observa-se que os estudantes, especialmente os do Ensino Médio, são os mais afetados por alta carga de estresse, ansiedade e depressão no estado do Amapá.

O status da imagem visual na análise arqueológica do discurso

Alberto José Ferreira de Lima — 2025-11-25

Vivemos em um mundo da imagem visual. Nesse sentido, ao ser erigida como objeto de nossa curiosidade, a imagem visual passou a ser analisada por meio de diferentes abordagens metodológicas em campos distintos do saber. As pesquisas foucaultianas de cunho analítico-arqueológicas possuem a linguagem como terreno de escavação. No entanto, seu interesse específico se encontra em investigar e conhecer como se organiza e funciona uma camada singular desse lugar, que é, precisamente, o território arqueológico do discurso como acontecimento enunciativo. O presente texto tem como foco investigativo refletir sobre a possibilidade de uso da imagem visual como objeto de estudo no domínio da educação, no geral, e dos Estudos Culturais da Educação, em especial, usando como alternativa teórico-metodológica a Análise Arqueológica do Discurso. Traz para a cena do debate metodológico questões fundamentais de interesse para os pesquisadores da área de educação que trabalham com a pesquisa qualitativa, sobretudo no campo dos Estudos Culturais. A Análise Arqueológica do Discurso não só proporciona uma opção metodológica para o objeto imagem visual como também uma Teoria do Discurso.

Educação profissional e tecnológica sob o viés legal durante a ditadura civil-militar no Brasil (1964–1985)

Wilson Lemos Junior — 2025-11-25

O artigo tem como objetivo analisar a legislação destinada à Educação Profissional e Tecnológica durante o período da ditadura civil-militar ocorrida entre os anos de 1964 a 1985 no Brasil. Como referencial metodológico, será utilizada a pesquisa histórica, pautada na pesquisa bibliográfica e documental. O artigo divide-se em 3 partes. A primeira trata do contexto da educação durante o início do período da ditadura civil-militar. A segunda parte, trata da Educação Profissional e Tecnológica no contexto da Lei 5.692/1971. A terceira, trata das escolas técnicas federais e da transformação de três delas: Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro em Centros Federais de Educação Tecnológica, no ano de 1978. Ao analisar a política econômica e educacional da época, nota-se uma forte tendência internacionalista. A política do regime objetivava recompor as relações da economia brasileira com o capitalismo mundial, liderado pelos Estados Unidos.

Diretrizes para a participação dos estudantes público-alvo da educação especial: análise das políticas dos institutos federais

Denise Macedo Ziliotto — 2025-11-25

A entrada de novos públicos na educação superior, impulsionada pelas políticas educacionais e pelos movimentos sociais, provoca transformações no contexto educativo. Os institutos federais ampliam a presença de estudantes com deficiência em seus cursos, deflagrando a importância de ações que favoreçam seu acesso e permanência no percurso de formação. A formulação de tais diretrizes enseja a participação de comunidades público-alvo nas tomadas de decisões, de modo a garantir a efetividade e propriedade das iniciativas que são remetidas aos estudantes. Considerando a importância da composição de políticas pela participação direta dos alunos contemplados pelas normativas, a investigação analisou os documentos referentes a 38 instituições federais de diferentes regiões do país, sendo 17 textos institucionais que faziam menção à participação da comunidade acadêmica nos processos institucionais. Os resultados indicam que, apesar do incentivo à emancipação, autonomia e inclusão dos estudantes presente nos documentos, não há processos instituídos - de formulação, implantação e monitoramento das políticas - da participação do público-alvo nos processos de tomada de decisões no âmbito da educação especial.

Gestão e inclusão escolar em tempos de eficiência: o custo do silêncio participativo

Silvana Elisa de Morais Schubert — 2025-11-25

Este artigo se propõe a analisar criticamente, práticas de inclusão escolar na educação básica da escola pública, com foco nas articulações e desencontros entre gestão educacional, prática docente e participação das famílias de estudantes com deficiência. Esta pesquisa qualitativa se desenvolveu por meio de entrevistas, nas quais participaram: duas mães, uma professora, uma pedagoga, uma profissional de apoio pedagógico e um gestor, com objetivo de compreender como as políticas de inclusão se concretizam no cotidiano escolar. Os resultados revelam as contradições entre os princípios legais e a realidade institucional, evidenciando fragilidades na formação docente, precarização dos serviços de apoio, escuta seletiva e enfraquecimento dos espaços participativos. A gestão escolar, opera sob uma lógica gerencial que privilegia metas e eficiência, muitas vezes em detrimento da democracia, das condições estruturais e simbólicas necessárias ao pertencimento dos estudantes e de suas famílias. Em diálogo com autores como Cury, Dourado, Ferreira, Freitas, Kuenzer, Mendes, Saviani e outros, o estudo reforça que a inclusão escolar necessita superar a concepção limitada do direito de matrícula, a fim de alcançar a escuta ativa e participação efetiva. Ao problematizar os efeitos da racionalidade gerencial sobre os processos inclusivos, o artigo propõe repensar a gestão escolar como espaço de mediação política e construção coletiva. Nesse contexto, a inclusão permanece como um campo de disputa entre projetos de sociedade, e seu avanço depende do enfrentamento cotidiano ao silêncio participativo imposto pela lógica da eficiência.

A influência das emoções no processo de memorização e aprendizado da criança e adolescente: o uso excessivo de telas e suas consequências

Antônio Leonardo Amorim — 2025-11-25

As emoções produzidas pelo uso excessivo de telas, vivenciadas na contemporaneidade por crianças e adolescentes, podem afetar de certa maneira a memorização e aprendizagem no âmbito escolar. As redes sociais (Instagram, Twitter, Facebook e TikTok) tem aprimorado significativamente para que os algoritmos façam com que o usuário, permaneça o maior tempo possível conectado. As crianças e adolescentes, em seu processo de formação cognitiva, ocasionados pelas emoções estimuladas nas telas, podem ter modificação substancial no processo de memorização e aprendizagem. Diante disso, este artigo apresenta o seguinte problema de pesquisa: em que medida as emoções são alteradas pelo uso excessivo de telas e redes sociais podem influenciar no processo de memorização e aprendizagem da criança e adolescente? Para obter resposta ao problema de pesquisa, será utilizado o método hipotético dedutivo, partindo-se de premissas estabelecidas, confrontando-a e inferindo suas relações. O objetivo geral desta pesquisa é compreender em que medida o uso excessivo de telas alteram as emoções, causando dificuldades no processo de aprendizagem e memorização de crianças e adolescentes. Destaca-se a importância das emoções nesse contexto, elucidando como elas influenciam significativamente o aprendizado e a retenção de informações. Os resultados desta pesquisa evidenciam que as emoções desempenham um papel essencial no desenvolvimento cognitivo da criança e adolescente, que o uso de telas e excesso afeta diretamente a capacidade de memorização e no seu desempenho escolar.