O sujeito escondido: reflexões sobre o olhar e a alteridade em Caché

Resumo

Este artigo propõe uma discussão teórica a respeito da questão do olhar mediado tecnicamente em nossa sociedade atual, ou seja, o olhar das câmeras que nos cercam e o que fica marcado nos registros dessas câmeras. A partir desse ponto, a reflexão busca pensar os sujeitos que estão envolvidos nessa dinâmica. Uma metáfora dessas relações na sociedade pós-moderna está no filme Caché, de Michael Haneke, que é usado aqui por representar justamente a problematização do olhar e ser olhado e os pontos de partida humanos que podem nos levar a pensar a técnica, mas, principalmente, os sujeitos por trás da técnica. O método da Análise Fílmica, conforme proposta por Francis Vanoye e Anne Goliot-Lété (1994), serve de esquema para pensar este filme enquanto ilustração dessa reflexão teórica.