O parti-pris ideológico e estético de dois brasileiros na formação de um cinema pós-colonial em Moçambique (anos 70-80)

  • Mahomed Bamba Universidade Federal da Bahia - UFBA
Palavras-chave: Cinema-ação, Cinema moçambicano, Cinema pós-colonial

Resumo

Neste artigo pretendo voltar minha atenção para as experiências de engajamento ideológico de dois brasileiros, Licínio Azevedo e José Celso Correa Martinez, nos esforços para a afirmação de um cinema nacional pós-colonial em Moçambique nos anos 70. Tal releitura será feita à luz de alguns construtos teóricos que completaram e reforçaram as diversas tomadas de posição terceiromundistas e cujas máximas expressões, no campo cinematográfico, foram a estética, a teoria e a prática do “CinémAction” e do cinemamilitante nas décadas de 60-70. O objetivo deste artigo não é, portanto, fazer um balanço exaustivo das intervenções estrangeiras no cinema moçambicano, nem julgá-las. Pelo contrário, preferi partir de uma revisão dos diversos discursos de “memória” (entrevistas, diários, livros, reflexões) sobre essa experiência anticolonialista peculiar, a fim de extrair delesdados para re-examinar alguns casos de êxito e de contradição na aplicação das teses do cinema militante e do “cinema-ação” no contexto africano.

Biografia do Autor

Mahomed Bamba, Universidade Federal da Bahia - UFBA
é doutor em Cinema e Estética do audiovisual pela ECA-USP. professor adjunto na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia e pesquisador no programa de Pós-Graduação em Comunicação e Culturas Contemporâneas (UFBA). Tem participação em livros coletivos sobre os cinemas africanos e publicou artigos sobre a temática da receptibilidade cinematográfica e audiovisual. É membro do Conselho Deliberativo da Socine (Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual).
Publicado
2016-06-02
Seção
Dossiê Temático