Artes e Aprendizagens em Coletivos de Jovens e nos Movimentos Sociais

  • Maria da Glória Gohn Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Resumo

Este artigo objetiva refletir sobre a articulação entre arte e política em processos socioculturais e sociopolíticos considerados como práticas de educação não formal (aquela que ocorre fora dos muros escolares). Aborda as expressões artísticas como agências enunciadoras de saberes. Inicialmente apresenta-se um breve panorama sobre processos e projetos de aprendizagens na educação não formal e o espaço das linguagens artísticas neste campo. A seguir destacam-se algumas formas de expressão artística presentes nas manifestações de ruas que têm ocorrido no Brasil, a partir de Junho de 2013. São analisados os sentidos e significados possíveis dos dizeres e práticas presentes em cartazes de protesto, exposições, peças teatrais, espetáculos, documentários e vídeos, por meio da análise das matrizes discursivas que informam as demandas solicitadas ou denunciadas, destacando-se as aprendizagens desenvolvidas e os saberes produzidos.

Biografia do Autor

Maria da Glória Gohn, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
Possui graduação em Sociologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1970), mestrado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1979), doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (1983) e Pos Dutorado pela New School University, N.York.(1997). Bolsista I A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), foi bolsista da Fundação Rockfeller em Belágio, Itália (2000) e da UNESCO em Santiago do Chile (1989). Professora titular aposentado da Fac. Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)e Profa Visitante Senior da Universidade Federal do ABC (UFABC). Foi .Profa visitante da Universidade de Madri (2010), e da Universidade de Córdoba/Argentina (2010). É membro do Nominations Committee da LASA- Latin America Studies Association (2015-2017) e do board de coordenação do Comite "Social Movements and Social Classes" da Associação Internacional de Sociologia (ISA).Parecerista ad hoc da avaliação de periódicos - SciELO,é parecerista do CNPq, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Foi membro do Corresponding editors - International Journal Of Urban And Regional Research. Membro de comitê acadêmico do CNPq, área Sociologia (2007-2010), e membro do Comitê do Programa Editorial do CNPq (2011). Em 2010 teve sua autobiografia selecionada e incluída no DESSA-Dictionary of Eminents Social Sciences Scientists, da Fundação Mattei Dogan, Paris. Tem experiência na área de Sociologia, Educação e Políticas Sociais atuando principalmente nos seguintes temas: movimentos sociais, participação social, educação não-formal, associativismo e cidadania.Publicou 18 livros de autoria individual e inúmeros capítulos em coletâneas. Dentre seus livros destacam-se "Teorias dos Movimentos Sociais (Loyola, 2014, 11a ed); "Historia dos Movimentos e Lutas Sociais" (Loyola, 2013, 8a ed.), "Novas Teorias dos Movimentos Sociais" (Loyola, 2014, 5a ed),Movimentos Sociais e Redes de Mobilizações Civis no Brasil Contemporâneo" (Vozes, 2013, 7a ed) ; "Conselhos Gestores e Participação Sociopolítica" (Cortez, 2016, 8a ed); "Movimentos Sociais e Educação" (Cortez, 2012, 8a ed); e Sociologia dos Movimentos Sociais (Cortez, 2014, 2a ed); Manifestações de Junho de 2013 no Brasil e Praças dos Indignados no mundo (Vozes, 2014).

Referências

ALI, Tariq; ALVES, Giovanni; DAVIS, Mike; HARVEY, David; SADER, Emir;
SAFATLE, Vladimir; PESCHANSKI, João Alexandre;; ŽIŽEK, Slavoj; TELES, Edson; e WALLERSTEIN, Immanuel. Occupy. Movimentos de protestos que tomaram as ruas. São Paulo, Boitempo, 2012.
CASTELLS, Manuel. Redes de Indignação e Esperança. São Paulo, Zahar,
2013.
DATAFOLHA- Instituto de Pesquisa Folha de São Paulo. “Protestos sobre o
aumento da tarifa dos transportes I e II” (13/06/2013 e 18/06/2013); “Opinião sobre as manifestações”.(21/06/2013).
DELLA PORTA, Donatella; TARROW, Sidney. Transnational protest and global activism (Orgs). London, Rowman& Littlefield Publi., 2005.
IBOPE Inteligência, Pesquisa Manifestantes, 20/06/2013.
GOHN, Maria da Glória (Org) Educação Não Formal no Campo das Artes.
São Paulo, Cortez Edit, 2015a.
______. Manifestações de Junho de 2013 no Brasil e as praças dos indignados no mundo. 2ª ed. Petrópolis, Vozes, 2015b .
______. Sociologia dos Movimentos Sociais. 2ª ed. São Paulo, Cortez Ed,
2014a
______. Teorias dos Movimentos Sociais. Paradigmas clássicos e
contemporâneos. 11º ed. São Paulo, Loyola Edições, 2014b.
GOHN, Maria da Glória .. Movimentos sociais e redes de mobilizações civis
no Brasil Contemporâneo. 7ª ed, Petrópolis, Vozes, 2013ª.
GOHN, Maria da Glória .. História dos movimentos e lutas sociais. 8ª ed, São Paulo, 2013b
______. Movimentos sociais e educação. 8a ed. São Paulo: Cortez, 2012.
HESSEL, Stéphane. Indignai-vos! 3ª ed. Lisboa, Ed Objectiva, 2011
HOLSTON, John. Cidadania Insurgente . S. Paulo, Comp. das Letras, 2013.
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento. A gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34, 2003.
JUDENSNAIDER, Elena et al. Vinte centavos: a luta contra o aumento. São Paulo, Veneta, 2013.
MELUCCI, Alberto. Challenging codes.Cambridge, Cambridge Um.Press,
1996.
MOORE JR,Barrington. Injustiça: as bases Sociais da obediencia e da revolta. São Paulo, Brasiliense, 1987.
ROSENMANN, M.R. Los indignados. El resgate de la politica. Madri, Akal,
2012.
SADER, Eder. Quando novos personagens entraram em cena. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988.
TARROW-, S. New Transnational Activism. Cambridge: Cambridge Press,
2005.
Publicado
2016-12-19
Como Citar
GOHN, M. DA G. Artes e Aprendizagens em Coletivos de Jovens e nos Movimentos Sociais. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 11, n. 29, p. 21-39, 19 dez. 2016.